quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

DIÁSPORA IRANIANA

FONTE http://www.duplaoportunidade.org/


Irão: uma vasta diáspora externa e milhões de refugiados no seu território
Os recentes eventos no Irão realçaram o papel dos migrantes e da diáspora iraniana: Iranianos por todo mundo votaram nas eleições presidenciais de 12 de Junho de 2009. Após a divulgação dos resultados que apontaram Mahmoud Ahmadinejad como novo presidente, membros da diáspora (em Portugal e no resto do mundo) participaram em manifestações de solidariedade “com o povo do Irão e o seu verdadeiro voto”. Aconteceram múltiplas demonstrações públicas de rejeição destes resultados oficiais e de alerta para as repressões dos protestos levados a cabo em território iraniano. Optámos este mês por contextualizar esta “vasta diáspora externa e milhões de refugiados no seu território”.

Apesar da Revolução Islâmica de 1978/79 desviar o país do mundo global, a verdade é que os fluxos migratórios dentro e além fronteiras foram sempre uma constante: por um lado, a fuga de cérebros e por outro o acolhimento de refugiados, maioritariamente afegãos e iraquianos, persistiram a par de um forte êxodo rural interno.

Três ondas migratórias

1950-1979: Os lucros provenientes das exportações de petróleo levaram à modernização de algumas franjas da sociedade iraniana, enviando os seus filhos para o estrangeiro, para estudar maioritariamente, nos EUA, no Reino Unido, na Alemanha, na França, na Áustria e em Itália, garantindo-lhes segurança socioeconómica e o acesso político. Uma das consequências da Revolução Islâmica neste padrão migratório foi que não só a maioria dos estudantes permaneceram no estrangeiro, como se lhes juntaram familiares. Este período incluiu também grupos ligados à monarquia, do corpo militar, membros do governo, banqueiros, e minorias religiosas.

Pós 1979: Do primeiro grupo migratório desta onda constam elementos socialistas e liberais, seguidos de jovens que fugiam ao serviço militar e à guerra Irão-Iraque, sucedendo-lhes famílias receosas das novas leis e sujeições aplicadas ao sexo feminino. Esta onda marcou a fuga de cérebros, visto a maioria deste fluxo migratório constituir-se por técnicos profissionais com educação ao nível superior.

1995 – Actualidade: Distingue duas franjas populacionais, pessoas com ensino superior abandonando institutos de investigação, e uma classe trabalhadora e refugiados económicos, alguns com baixo nível educacional e com menos aptidões que os fluxos migratórios anteriores. Os pedidos de asilo têm vindo a aumentar, devido à crise económica interna e diminuição de oportunidades, ao agravamento dos direitos humanos, e à tensão entre as facções reformistas e conservadoras.

Em 2005, o ACNUR estimou haver 111,684 refugiados, candidatos a asilo, deslocados internos e outros, no Irão, mudando-se para a Alemanha, EUA, Iraque, Reino Unido, Holanda e Canadá, estando entre as 10 maiores nacionalidades que solicitam asilo na Europa, desde 2004. Estudos indicam também que grande parte destes migrantes provêm das zonas rurais, tendo problemas de integração no país de acolhimento, ao contrário dos seus precedentes. Quando não lhes são atendidos os pedidos de asilo, muitos permanecem, ilegalmente, no país de acolhimento, outros procuram outros países e outros regressam ainda ao Irão.

Estimam-se que os migrante iranianos rondam entre 2 a 4 milhões de pessoas, sendo uma diáspora extremamente heterogénea no que concerne à etnia, religião, status social, língua, género, afiliação política, educação, estatuto legal, o timming e a motivação para a migração (política, sócio cultural e económica). Tal heterogeneidade é o reflexo da própria diversidade interna.

A maior comunidade no exterior situa-se em Los Angeles, nos EUA, sendo exemplo da sua força e mobilização no exterior, as 20 estações de televisão e as 5 rádios que emitem em persa para a diáspora nos EUA, Europa Ocidental, e inclusivamente o Irão, ainda que algumas transmissões sejam ilegais. A diáspora radicada nos EUA é das mais lideradas, e com um rendimento médio per capita de 50% maior que a população residente nos EUA. O mesmo padrão é encontrado com os iranianos radicados no Canadá, em termos de educação. Já os iranianos residentes na Suécia, agrupados via reunificações familiares, têm problemas de inserção no mercado de trabalho, apesar dos níveis elevados de literacia. Tal motiva-os à continuação dos estudos ou à criação do seu próprio negócio.

De acordo com dados do Banco Mundial (WDI) as remessas anuais dos trabalhadores iranianos, as remunerações dos trabalhadores e as transferências para o Irão aumentaram de 536 milhões de dólares, em 2000, para 1,2 mil milhões de dólares em 2003, situando-se em 1 milhão em 2004. No entanto, os fluxos informais não foram incluídos neste estudo, o que demonstra que existe ainda uma grande fatia de fluxos de remessas destinadas ao país de origem. Existe uma rede informal de transferência de dinheiro (sistema hawala) que oferece transferências mais rápidas e a um custo menor, comparativamente aos canais formais.

O governo iraniano tem procurado incentivar o investimento directo estrangeiro no Irão através da promulgação da Lei da Promoção e Protecção do Investimento Estrangeiro, em 2002. Num esforço para liberalizar as políticas relativas ao investimento estrangeiro, a lei providenciava protecções legais às empresas estrangeiras equivalentes às empresas nacionais, mas também oferecia - garantias legais extras. Á luz desta lei, não existe qualquer restrição sobre o destino do investimento e de qualquer limite quanto ao tipo de capital estrangeiro investido.

Contudo, a diáspora iraniana permanece receosa em investir no Irão devido ao registo do regime em confiscar bens das pessoas e da instabilidade política geral que o país vive. Em 2000, o Serviço de Imprensa Iraniana informou que a diáspora tinha investido cerca de 200 mil milhões a 400 mil milhões nos Estados Unidos, Europa e China, sendo que no próprio Irão, quase nada. Os esforços do governo iraniano para incentivar o investimento estrangeiro de iranianos nos EUA foram prejudicados em 1997, quando o então presidente Bill Clinton emitiu uma ordem executiva que proibiu os investimentos no país.

Texto adaptado de Shirin Hakimzadeh

Disponível em http://www.migrationinformation.org/profiles/display.cfm?ID=424


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