terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A DIÁSPORA BASCA

A diáspora basca é a descrição dada à dispersão do povo basco por todo o mundo. Os bascos não têm um país independente que possam chamar de seu, estando divididos entre os estados espanhol e francês. Muitos bascos deixaram o País Basco e seguiram para outras partes do mundo por razões políticas ou econômicas.

Um grande número de bascos emigrou para Argentina, Chile, México e Estados Unidos. Em todos esses países lugares foram batizados após sua chegada com nomes bascos como Nova Biscaia, agora Durango no México e Durango e Biscayne Bay nos Estados Unidos. No México a maioria dos grupos estão concentrados em Monterrey e Durango.

O destino da maioria dos imigrantes bascos foi a Argentina, com a cultura basca contribuindo muito com a cultura argentina. Há centros culturais bascos na maioria das grandes cidades, assim como escolas de língua basca. A muitos lugares foram dados nomes bascos, inclusive ao principal aeroporto internacional, Ezeiza. Muitos dos presidentes argentinos eram de ascendência basca, como Hipólito Yrigoyen, Pedro Eugenio Aramburu e Justo José de Urquiza, sem mencionar outras figuras, especialmente Ernesto Che Guevara. Estima-se que haja cerca de 15.000 sobrenomes na Argentina de origem basca.

O Chile também recebeu muitos emigrantes bascos. Por exemplo, Augusto Pinochet é de origem basca (através do sobrenome de solteira da sua mãe, Ugarte).

O Brasil teve um Presidente da República descendente de bascos, foi o general Emílio Garrastazu Médici, que governou o país na década de setenta do século XX, durante o regime militar.

A maior comunidade de bascos na América do Norte está na região da grande Boise, Idaho. Em Boise se localiza o Centro Cultural e Museu Basco. A área em torno do centro inclui várias lojas e restaurantes recheados de cultura basca no assim chamado "quarteirão basco" e a cidade recebe um grande festival basco conhecido como Jaialdi a cada cinco anos. Outra grande comunidade de bascos vive no Vale Central da Califórnia, principalmente na cidade de Bakersfield. Em Bakersfield há vários restaurantes bascos e o salão basco, que anualmente abriga um grande encontro basco. A maioria dos primeiros imigrantes foram para Bakersfield por causa das orportunidades na agricultura e criação de ovelhas. Reno (Nevada), lar do Departamento de Estudos Bascos da Universidade de Nevada, também possui uma significante população de origem basca. Outra área está localizada no extremo sul do Texas ao longo do Rio Grande. Na região em torno do Rio Grande próxima aos atuais Condado de Star, Condado de Zapata e Condado de Hidalgo no Texas, assim como em regiões nos estados mexicanos de Nuevo León e Tamaulipas, sobrenomes de origem basca se destacam como proprietários nas concessões de terra espanholas nos documentos históricos. A maior parte dessas concessões foram usadas para criação e agricultura da mesma forma que criavam ovelhas no País Basco. Esta região do Texas ostenta alguns dos maiores ranchos do estado atualmente.

Alguns desses sobrenomes, como Garza, destacam-se em muitas eleições políticas assim como detêm altos cargos políticos. Uma das famílias mais ricas do México e do mundo carrega esse sobrenome basco. Uma cidade com o nome basco de San Pedro garza García, no México, tem a maior renda per capta de toda a América Latina. No Caribe, há descendentes bascos nas colinas de Esperón na província de Havana, onde a maioria originalmente se fixou dorante o pe´riodo colonial espanhol.

Geografia e distribuição

A atual região autônoma basca da Espanha, conhecida como "Euskadi" em basco, "País Vasco" em espanhol, "Pays Basque" em francês e País Basco em português, é composta de três províncias ou territórios: Álava (Araba/Álava), Biscaia (Bizkaia/Vizcaya) e Guipúzcoa (Gipuzkoa/Guipúzcoa) (nos três casos, o nome basco seguido do espanhol). Há cerca de 2.130.000 pessoas vivendo no País Basco: Álava, 279.000; Biscaia, 1.160.000; Guipúzcoa, 684.000. As mais importantes cidades são: Bilbao (Bilbo/Bilbao) em Biscaia, São Sebastião (Donostia/San Sebastián) em Guipúzcoa e Vitória (Gasteiz/Vitória) em Álava. Tanto o basco quanto o espanhol são línguas oficiais, sendo o espanhol virtualmente entendido por 100% da população; 27% da população fala basco, mas o número de falantes está crescendo pela primeira vez em muitos séculos, devido ao incentivo oficial e à simpatia popular.

Há também um substancial sentimento basco entre a população da vizinha comunidade autônoma espanhola de Navarra e nas regiões vizinhas da França. Também há pelo menos alguma presença étnica basca em muitos países das Américas, como Argentina, Chile, México, Uruguai, e comunidades em Idaho, no leste de Nevada, sul do Texas e por toda a Califórnia, para onde primeiro emigraram para criar ovelhas.

Conflitos políticos
Língua

Os governos espanhol e francês tentaram, às vezes, suprimir a identidade cultural e lingüistica basca. A República Francesa, epítome do estado-nação, tem uma longa história de tentativas de absorção cultural completa de grupos étnicos minoritários. A Espanha tem, na maior parte da sua história, garantido algum grau de autonomia lingüística, cultural e política aos bascos, mas sob o regime de Francisco Franco o governo espanhol reverteu os avanços do nacionalismo basco, por ter lutado do lado oposto da Guerra Civil Espanhola. A atividade cultural basca foi limitada a eventos folclóricos e à Igreja Católica.

Atualmente, o País Basco dentro da Espanha goza de uma autonomia política e cultural extensiva. Muitas escolas na região usam o basco como primeira língua de ensino. De acordo com a BBC "cerca de 90% das crianças bascas estão agora matriculadas em escolas de ensino em língua basca". Contudo, em Navarra, o basco foi declarada língua em extinção, desde que o governo conservador da Unión del Pueblo Navarro se opôs ao nacionalismo basco e aos símbolos bascos, destacando sua própria autonomia.[8]

O incentivo à língua basca tem causado protestos por aqueles que temem que os falantes apenas de espanhol passem a ser vistos como cidadãos de segunda classe. De qualquer forma, o espanhol é hoje essencial para a vida cotidiana.

Status político e violência

O nacionalismo basco tem defendido com grande força as instituições bascas. Alguns nacionalistas bascos reivindicam que o País Basco tem o direito à autodeterminação, incluindo uma eventual independência. O desejo pela independência é particularmente comum entre os nacionalistas bascos de esquerda. Como a autodeterminação não é reconhecida na Constituição espanhola de 1978, muitos bascos abstiveram-se ou votaram contra no referendo de 6 de dezembro daquele ano. Contudo, a Constituição foi aprovada pela maioria dos espanhóis, navarros e bascos, e o regime autônomo para o País Basco e Navarra foi aprovado em referendos posteriores pelas respectivas populações de cada região.

A atividade nacionalista basca tem seu lado violento no Euskadi Ta Askatasuna (ETA) que apareceu em 1968, uma organização armada que usa assassinatos, bombas e seqüestros contra o que eles consideram "interesses espanhóis". O ETA tem sido responsável por mais de mil mortes entre militares e personalidades políticas, mas também entre centenas de civis. Um dos ataques mais mortais do ETA ocorreu em 1987 quando uma bomba colocada no supermercado Hipercor em Barcelona matou 17 pessoas, incluíndo várias crianças. O ETA é considerado uma organização terrorista pela União Européia e pelos Estados Unidos.

Na luta contra o ETA, o governo e a justiça espanhóis têm tomado medidas como:

* Banimento da coalização eleitoral HB-Batasuna em 2002 (e sucessivas coalizões) assim como de outras organizações políticas onde foi provado fazerem parte do ETA, dividindo metas e recursos. Um dos parlamentares do Batasuna, Josu Ternera foi responsável pela morte de doze policiais em 1986 em um ataque a bomba em Madrid. Ternera nunca foi julgado e desde 2002 ele está foragido devido às suas pendências com a justiça espanhola.
* Fechamento do jornal Egunkaria em 2003. Várias outras publicações e organizações também ligadas ao ETA foram banidas, como o jornal nacionalista Egin e a estação de rádio Egin Irratia. Os jornais Berria e Gara ocuparam os nochos deixados pelos jornais fechados.

GAL

Na década de 1970, forças policiais paramilitares atacaram o ETA. De 1983 a 1987, o Estado Espanhol fundou e controlou os Grupos Antiterroristas de Liberación (GAL), que era uma força paramilitar de direita que atacava e matava ativistas bascos relacionados com o Batasuna e com o ETA tanto na Espanha quanto na França. O GAL assassinou mais de 23 ativistas e terroristas do ETA. Na década de 1990, várias investigações de figuras públicas conhecidas foram conduzidas na Espanha, o que levou à prisão de oficiais de alta patente da polícia e de um ex-ministro do governo. Há evidências que sugerem que o controle do GAL procedia de altos níveis do governo espanhol.

Distribuição da população de acordo com a identidade cultural

Há diferenças sociais interessantes entre os bascos e seus vizinhos. O povo basco tem uma rara ligação sentimental com seus lares. Um lar de alguém é a sua família no País Basco. Mesmo se alguém não estiver mais vivo e não tiver por gerações uma famíla basca, ele ainda será conhecido pela casa onde viveu. É comum traduzir os sobrenomes bascos como "topo da colina", "do rio", todos relacionados com o local de seu lar ancestral. Essa é uma evidência interessante para considerar os bascos como sendo o único povo que sempre teve uma residência fixa e estável.

Apesar de se ter atribuído aos bascos serem uma sociedade matriarcal, hoje parece claro que a atual estrutura familiar é patrilinear, sendo a posição mais elevada dada ao pai, como nas culturas vizinhas. Todavia há alguns sinais de que nem sempre foi dessa forma. Também deve ser dito que que a posição social das mulheres tem sempre sido especialmente melhor que nas regiões vizinhas.

Os fueros herdados favoreciam a unidade da terra herdada (em contraste com a Galiza), assim, até a era industrial, os bascos pobres (geralmente os filhos jovens), emigraram para o resto da Espanha ou França e para as Américas. São Francisco Xavier e conquistadores como Lope de Aguirre eram bascos.

Apesar do ETA e da crise na indústria pesada, os bascos tem vivido consideravelmente bem nos anos recentes, emergindo da perseguição durante o regime de Franco com língua e cultura fortes e vibrantes. Pela primeira vez em séculos, a língua basca está se expandindo geograficamente levada pelo grande crescimento dos principais centros urbanos de Pamplona, Bilbao e Bayonne, onde apenas a algumas décadas atrás a língua basca havia quase desaparecido. A legislação e grandes financiamentos públicos têm ajudado esse crescimento. O estabelecimento do bilingüismo (basco e espanhol) e na maioria das vezes do ensino basco tem levado a demissões controversas daqueles professores que não alcançam o domínio necessário da língua basca.

A abertura do novo Museu Guggenheim em Bilbao é amplamente vista como um símbolo do renascimento lingüístico e cultural.

Uma característica do século XX da cultura basca é o fenômeno das sociedades gastronômicas (txoko, "esquina" em Biscaia), clubes de alimentação onde os homens se reúnem para cozinhar e degustar suas próprias comidas. Até recentemente, permitia-se a presença de mulheres apenas uma vez por ano.


Língua basca

Até 2005, virtualmente todos os bascos falam a língua principal de seus respectivos países. Além do espanhol e do francês, cerca de um quarto dos bascos falam a língua basca, língua que ainda não foi classificada em nenhuma família ligüística.

A língua basca é então uma língua isolada, embora o espanhol a tenha influenciado enormemente, particularmente no conjunto de vogais. Uma teoria alternativa afirma que foi o atual conjunto simplificado de vogais bascas que influenciou o desenvolvimento do espanhol a partir do latim vulgar.

Essa língua única e isolada tem atraído o interesse de uns poucos lingüistas que tentam descobrir sua história e origem.

As inscrições em basco mais antigas são do final da Idade Média, o que não é, contudo, evidência de sua chegada, porque os bascos já estavam muito bem estabelecidos na região há muito tempo. Mais ou menos na mesma época e local, as línguas romances castelhana e navarro-aragonesa começaram a se diferenciar do latim medieval.(Fonte Wikipédia)


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